Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Colaborador da CEDAE conta a rotina de ter um filho com o transtorno

O pequeno Gustavo Ribeiro Hermes de Oliveira, à época com dois anos de idade, entrou no consultório médico com seus pais, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A sala repleta de brinquedos não despertou o interesse da criança. Pelo contrário, Gustavo ficou inerte ao ambiente, sem interação. Falava papai e mamãe de forma desconexa e pulava em volta do seu próprio eixo. Ali, naquele dia 10 de abril de 2021, Bruno Ferreira de Oliveira e Hélida Ribeiro Hermes Oliveira recebiam uma notícia que transformaria suas vidas para sempre. Gustavo foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – nome oficial do autismo.

No dia 2 de abril de 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a data para ser o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Segundo o Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento mais comum em crianças do que a AIDS, o câncer e o diabetes juntos. Segundo estatísticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão do governo dos Estados Unidos divulgados em dezembro de 2021, há um caso de autismo a cada 44 crianças. No mundo, a ONU estima mais de 70 milhões de pessoas. Para marcar o dia, vários locais de relevância no Brasil ficaram iluminados de azul – cor que representa a data.

Para Bruno, economista, gerente de Mercado de Capitais e Investidores na CEDAE e membro do Conselho Deliberativo da Cedae Saúde, é fundamental que as operadoras de saúde do país se conscientizem sobre a importância de desenvolver um trabalho humanizado, que garanta para as crianças um tratamento multidisciplinar com a qualidade adequada. “O tratamento para o autismo é muito caro. No primeiro momento, procuramos os centros de tratamento e percebemos que não é muito fácil encontrar neuropediatras e os profissionais para o processo terapêutico. Hoje, nós utilizamos o auxílio-creche da CEDAE, que nos possibilita ter uma creche inclusiva para o nosso filho, e o auxílio para dependente Pessoa com Deficiência (PCD), também oferecido pela CEDAE. Cabe ressaltar que a Lei Berenice Piana (lei 12.764/2012), que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno de Espectro Autista, considera como pessoa com deficiência a pessoa com TEA”, afirma o pai de Gustavo.

Bruno ressalta também que uma boa rede de apoio é fundamental, e destaca a importância de estar atento à saúde mental dos pais. “É preciso um olhar para o lado psicológico dos pais. Tem a fase de negação. No momento em que recebemos o diagnóstico, não sabíamos se o nosso filho conseguiria um dia falar. A gente não consegue enxergar mais nada. Tivemos de trabalhar com a aceitação e esse amparo psicológico ajuda muito”, avalia.

Para os pais que desconfiam que seus filhos tenham o transtorno, o economista dá um conselho valioso. “Na dúvida, procure avaliação multidisciplinar com profissionais capacitados. Obter um diagnóstico cedo é muito importante”, conta. Hoje, com três anos de idade, Bruno explica que o filho tem uma rotina de lazer no final de semana. Gosta de praia, passeios em parques abertos e contato com animais. E assim a família segue seu caminho, esperançosos de que dias melhores virão, com uma sociedade mais consciente e capaz de trazer mais qualidade de vida para suas crianças.