Quem não gosta de ouvir sua música predileta no fone de ouvido? Essa é uma atividade maravilhosa, porém você sabia que, se o som estiver nas alturas, pode causar problemas como a surdez? Esse e outros fatores são ressaltados em 10 de novembro, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, que busca conscientizar a população sobre a importância dos cuidados da saúde auditiva.
Problemas auditivos
A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento e identificação daquilo que ouvimos. No entanto, para falarmos das dificuldades auditivas, existem duas definições importantes:
Deficiência auditiva
Consiste na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo.
Surdez
É considerado surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, quem não ouve nada. Parcialmente surda é toda pessoa cuja capacidade de ouvir, apesar de deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Entre os tipos de deficiência auditiva, estão a condutiva, mista, neurossensorial e central.
Surdez condutiva
É provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otite) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias.
Surdez neurossensorial
Ocorre quando há falha do nervo auditivo. Portanto, mesmo que as vibrações sonoras atinjam o ouvido interno, elas não são enviadas como impulsos para o cérebro. Isso acontece por conta do envelhecimento natural das células, por infecções virais, barulhos muito altos, efeitos colaterais de medicamentos.
Perda auditiva mista
É uma combinação de perda auditiva condutiva com a sensorioneural, provocada por danos nas orelhas externa e interna. Nesse caso, o ouvido externo fica impedido de conduzir o som adequadamente para a orelha interna, que, por sua vez, não consegue processá-lo e levá-lo ao cérebro.
Mais fatores de risco para a surdez
- Casos de surdez na família;
- Nascimento prematuro;
- Baixo peso ao nascer;
- Uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;
- Infecções congênitas, principalmente, sífilis, toxoplasmose e rubéola.
Formas de prevenção
- Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, a orientação médica pré-natal é fundamental para prevenção. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência para que estejam protegidas contra a doença durante a gravidez.
- Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista, o que pode evitar maiores problemas.
- Trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído devem utilizar equipamentos de proteção auricular.
As empresas devem fazer acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, visando à eliminação ou redução do ruído no ambiente de trabalho. - É importante a vacinação contra doenças infecciosas como sarampo, meningite, caxumba e rubéola.
- O aleitamento materno ajuda no desenvolvimento imunológico do bebê e previne otites causadas pela entrada de leite artificial no ouvido durante ou após as mamadas.
- O uso racional de antibióticos, especialmente em recém-nascidos, pode evitar problemas auditivos.
- Cuidados pessoais com os ouvidos são primordiais, como não colocar objetos dentro do ouvido, incluindo cotonetes, pois essa ação pode lesar o tímpano.
- Não ouvir música alta, especialmente utilizando fones de ouvido, colabora para a saúde dos seus ouvidos.
- Fazer exames auditivos periódicos é importante para prevenir e tratar problemas de audição.
- A realização da triagem auditiva neonatal universal nas maternidades previne deficiência auditiva nos recém-nascidos.
Mas e se a surdez for diagnosticada?
Com as tecnologias de hoje existem formas para o surdo ampliar a sua audição: os aparelhos auditivos ou um implante coclear. Uma vez constatada a perda auditiva, procure um otorrinolaringologista. Quanto mais precoce for o tratamento, maiores são as chances de ter um bom resultado.
Inclusão dos surdos
Além do dia 10 de novembro, que visa ao cuidado e à prevenção da saúde do surdo, 26 de setembro celebra o Dia Nacional dos Surdos no Brasil, bem como as conquistas e a luta pela inclusão da comunidade surda na sociedade.
Os surdos conseguiram oficializar Libras – uma língua adaptada à comunidade surda –classificá-la como a segunda língua nacional através da Lei nº 10.436/2.002. Além disso, outras conquistas foram alcançadas, como a obrigatoriedade do ensino de Libras na formação de professores, do ensino bilíngue para crianças com deficiência auditiva e da presença de um intérprete de Libras nos órgãos públicos.