O movimento Novembro azul tem origem em 17 de novembro, data escolhida como Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, e se iniciou em 2003, na Austrália. O objetivo era, e continua sendo, chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina.
Mas neste ano de pandemia pelo novo coronavírus, todos estamos focados na COVID-19 e deixando de cuidar de outras doenças, como o câncer de próstata, que continuam existindo e podem evoluir se não forem diagnosticadas de forma precoce, com o tratamento adequado.
A pandemia pode afetar a vida de milhares de brasileiros, tirando a atenção, principalmente, dos homens para os cuidados com a saúde. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os 65.840 novos casos de câncer de próstata estimados para 2020 podem não ser diagnosticados a tempo devido ao isolamento social.
No Brasil, houve uma queda de 70% das cirurgias oncológicas e uma queda de 50% a 90% das biópsias enviadas para análise, estimando-se que entre 50 mil a 90 mil brasileiros deixaram de receber diagnóstico de câncer nesse período.
Em relação à próstata, dados do laboratório Mont’Serrat (RS) mostram uma queda de 38% nos pedidos de PSA no período de março a junho de 2020 comparados a março a junho de 2019.
Outro grande laboratório de alcance nacional apresentou queda de 18% no mesmo período de comparação.
Pensando na importância da obtenção do diagnóstico precoce e da continuidade do tratamento, mesmo em tempos pandêmicos, é muito importante que os homens se informem sobre o câncer de próstata e façam a prevenção da doença.
É importante lembrar que o câncer não costuma apresentar sintomas em fases iniciais, e em 90% dos casos pode ser curado se diagnosticado precocemente. Os sintomas se apresentam em uma fase mais avançada, podendo causar vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen.
Deve-se levar em conta também os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata: histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio e homens da raça negra.
É fundamental que os homens, a partir de 50 anos, e mesmo sem apresentar sintomas, procurem um profissional especializado para avaliação individualizada, com o objetivo de diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Os homens que integram o grupo de risco (raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata) devem começar seus exames mais precocemente, a partir dos 45 anos. Após os 75 anos, somente homens com perspectiva de vida maior do que 10 anos poderão fazer essa avaliação.
O comportamento do homem em relação aos cuidados com a saúde como um todo vem mudando nos últimos anos, graças a campanhas de conscientização como a do movimento mundial Novembro Azul. No momento de pandemia, é ainda mais importante reforçar aos homens a importância de realizar exames preventivos regularmente para aumentar sua qualidade de vida e longevidade.
Fontes:
Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)