Estresse no trabalho também pode ser doença

Estresse no trabalho também pode ser doença

Cedae Saúde promove debate sobre a Síndrome de Burnout como parte das ações do Abril Verde.

Para aderir ao movimento Abril Verde, que busca conscientizar a população sobre saúde e segurança no ambiente de trabalho, a Cedae Saúde organizou um rico debate para abordar a Síndrome de Burnout. A palestra “Burnout: o impacto biopsicossocial no cotidiano do trabalhador frente às demandas laborais” contou com a participação do psiquiatra Otelo Corrêa, do psicólogo Jailton Menegatti e do médico Genilton Alves, com mediação da assistente social Érica Ferreira. O evento aconteceu no Espaço Manancial, na sede da CEDAE, e foi transmitido para os colaboradores da Cedae Saúde e PRECE pelo Teams. Atividades também foram realizadas nas unidades da CEDAE de Guandu e Laranjal.

Chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, o Burnout é um distúrbio emocional que apresenta sintomas de exaustão e estresse resultantes de situações extremas no ambiente de trabalho. Segundo Otelo Corrêa, a rotina do trabalho pode influenciar na geração do estresse, algo que todas as pessoas estão sujeitas a enfrentar caso recebam mais estímulos do que são capazes de suportar. “A doença engloba várias questões e acaba se tornando uma reflexão sobre as relações trabalhistas. Às vezes, a síndrome se manifesta discretamente”, afirma.

Um dos sinais do Burnout é quando a pessoa passa a perder consciência de si mesmo, com menos ou nenhum interesse em atividades antes prazerosas, apresentando oscilações de humor, dores de cabeça, náuseas e tonturas. Para Jailton Menegatti, a mudança de rumo pode começar com a psicoterapia, principalmente se o estágio do esgotamento ainda for inicial. “Esse tipo de tratamento funciona para a pessoa se ouvir e, assim, retomar a consciência de si mesmo”. A ideia é que se procure um clínico logo ao perceber os primeiros sintomas e fazer exames como o de sangue, para detectar se há ausência de nutrientes no organismo.

Para Otelo, também é responsabilidade da organização dar suporte aos colaboradores e, de preferência, criar mecanismos para que os profissionais não se sobrecarreguem e adoeçam. O psiquiatra faz um alerta: “Muitas instituições não percebem sua importância na vida do funcionário. O trabalho é um dos objetivos da nossa vida, que pode produzir saúde, mas também doença”.

Um exemplo de como as organizações podem ajudar nesse bem-estar vem de uma iniciativa da CEDAE. A colaboradora Jaqueline Gonçalves faz parte do coral da empresa, que se apresentou antes do início do evento, e passou a integrar o grupo logo após o falecimento dos pais, em 2016. Para ela, a música e a interação com os colegas ajudaram a elevar sua autoestima, sua produtividade e sua saúde mental. “Eu sou muito grata. Melhorei bastante profissionalmente, é uma grande alegria vir trabalhar.”

Equilibrar a vida profissional e a pessoal com qualidade sempre será um desafio, mas é possível unir as duas ao bem-estar. Em caso de sintomas da Síndrome de Burnout, procure ajuda especializada.

Atividades também foram realizadas nas unidades de Guandu e Laranjal.